quarta-feira, 29 de julho de 2009

Era uma vez...

Estavam a conversar dois amigos numa noite fresca de um Verão não muito quente.
O amigo contou à amiga coisas incríveis, inacreditáveis, coisas do arco da velha...
Coisas dos tempos idos, dos séculos passados...

O amigo contou à amiga que as mulheres, na sua maioria, não sabem conduzir ("em 100 ocasiões de aselhice, 80 são de mulheres").
O amigo contou à amiga que o futebol feminino não consegue nem nunca conseguirá singrar (as mulheres, coitadinhas, com todas as suas condicionantes físicas chegam a um ponto em que não conseguem progredir... a bênção de ter filhos é, afinal, uma maldição).
O amigo contou à amiga que as mulheres demoram muito nas compras (realmente, assim não há homem que nos ature!)
O amigo contou à amiga que, agora, os homens "até já ajudam" em casa (fazem a sua boa acção do dia por se levantarem do sofá e lavarem uns pratos?!)
A amiga contou ao amigo que nada daquilo era verdade.
O amigo contou à amiga que estava convicto do que disse.
(e como diz alguém que conheço bem...) Cá vamos nós cantando e rindo.

terça-feira, 28 de julho de 2009

Ao meu querido diário...

Escrever o meu dia-a-dia num diário, foi tarefa que nunca me prestei a realizar, em grande parte devido à minha falta de disciplina e, além disso, achava que tinha mais que fazer. E tenho. Mas a verdade é que, apesar de comparar o blog a um diário, muitas vezes dou por mim a pensar e a falar com as paredes sobre assuntos que me apetecia partilhar, mas que, por qualquer razão, não vêm à baila nas mesas de café com os amigos e ficam quase esquecidos.
Ora bem, antes de mais, sou mulher, tenho 21 anos e estudo. Nasci em Coimbra; vivi, cresci e tornei-me no que sou em Viseu e, agora, ando pelas ruas de Lisboa a tentar assegurar um futuro, cuja única certeza que tenho é o de ser incerto.
Quando tinha bons hábitos e não matava neurónios a estudar sabia aproveitar bem o tempo: lia o jornal no café, lia o livro no banco do parque, ia ao cinema, ao teatro, ouvia música, enfim, tinha todo o tempo do mundo, numa cidade em que o ritmo de vida é invejável.
Em Lisboa, tudo muda. Na faculdade, pelo menos no meu curso, tudo muda também. Os meus (poucos) tempos livres são gozados com o rabinho no sofá a ver o entretenimento mais rasca. E gosto. Sabe bem sair de mim durante uma horinha e viver os problemas (todos facilmente solucionáveis, haja sorte!) daquelas personagens. Ou seja, há meses que não leio um livro, decentemente; as notícias leêm-se pela net ou, na pior das hipóteses, nos telejornais; cinema e teatro só em sonhos e para ouvir música, resta-me o tempo da duração da viagem de metro.
Agora que chegam as férias, o tempo deveria dar para tudo, mas não dá. Isto porque ando a mudar de casa e, meus amigos, se vocês não sabem o que é procurar casa para arrendar em Lisboa, considerem-se com muita sorte. Uma correria, a mesma lenga-lenga chamada após chamada (operadores de call-center: invejo-vos a paciência), os "Nãos!", as cauções, os vigaristas, as visitas, os contratos e, acima de tudo, a pouca oferta. Dentro da pouca oferta existem várias categorias: os caros, os razoáveis (em Lisboa não há "os baratos"), os que ficam longe, os que ficam no centro, os apertadíssimos e aqueles com um bocadinho mais de espaço. Claro que, para qualquer estudante, há sempre a hipótese de ir para uma residência, mas vejamos: uma residência pede entre 200 a 310€ por quarto com o favorzinho da serventia da cozinha e das I.S., geralmente, estão longe das universidades e têm o espaço mínimo indispensável, facto que não viabiliza a perfeita vivência de sujeitos que têm livros, materiais e papelada até dizer chega. É caro e, quando a conta se alarga a transportes e proprinas (cuja única coisa que garantem é uma cadeira e um estirador e, às vezes, nem isso), torna-se insuportável. O que é verdadeiramente mau é que ninguém se parece preocupar realmente com isso, desde que haja praxes e dinheiro para o traje e para a cervejinha, o pai paga.
Bem, já me estou a alargar para o que pretendia que fosse uma breve apresentação e a divagar por temas que não são chamados para a ocasião, mas que, se bem me conheço, abordarei com certeza.
Até breve!